segunda-feira, 19 de abril de 2010

Qual o seu Tempo: Chronos ou Kairós?


Na mitologia grega, Chronos ou Khronos era a personificação do tempo.

Os gregos antigos tinham duas palavras para o tempo: chronos e kairos. Enquanto chronos refere-se ao tempo cronológico, ou sequencial, que pode ser medido, kairos refere-se a um momento indeterminado no tempo, em que algo especial acontece, em Teologia, é "o tempo de Deus".

Uma das representações mais bizarras de Chronos, é a de um homem que devora o seu próprio filho, num ato de canibalismo difícil de compreender na atualidade. No entanto, esta representação deve-se ao fato dos antigos gregos tomarem Chronos como o criador do tempo, logo, de tudo o que existe e possa ser relatado, a exemplo do Deus único e criador dos cristãos, judeus e muçulmanos, sendo que, por este fato, se consideravam como filhos do tempo (Chronos), e uma vez que é impossível fugir ao tempo, todos seriam mais cedo ou mais tarde vencidos (devorados) pelo tempo. Outra explicação possível para esta representação é que devorando seus filhos Chronos não teria com o que se preocupar caso eles se rebelassem contra ele e lhe tomassem o poder da Terra como fez com o seu pai, Urano.


Segundo Hesíodo foi dado a Prometeu e seu irmão Epimeteu a tarefa de criar os homens e todos os animais. Epimeteu encarregou-se da obra e Prometeu encarregou-se de supervisioná-la. Na obra, Epimeteu atribuiu a cada animal os dons variados de coragem, força, rapidez, sagacidade; asas a um, garras outro, uma carapaça protegendo um terceiro, etc. Porém, quando chegou a vez do homem, formou-o do barro. Mas como Epimeteu gastara todos os recursos nos outros animais, recorreu a seu irmão Prometeu. Este então roubou o fogo dos deuses e o deu aos homens. Isto assegurou a superioridade dos homens sobre os outros animais. Todavia o fogo era exclusivo dos deuses. Como castigo a Prometeu, Zeus ordenou a Hefesto que o acorrentasse no cume do monte Cáucaso, onde todos os dias uma águia dilacerava seu fígado que se regenerava. Esse castigo devia durar 30.000 anos.
(Fonte: Wikipédia)


CHRONOS E KAIRÓS - Margarete Barbosa

Chronos devora seus filhos
com frieza e voracidade,
provocando ausências,
solidão, distanciamento.
Chronos é o relógio,
o tempo que não volta.
Kairós é o tempo qualificado
da amizade,
do companheirismo,
o tempo da criação,
recriação,
do riso.
O nosso tempo é agora
sempre que nos buscamos,
sempre que nos renovamos
em cada encontro,
e nos prometemos um
novo reencontro
para manter o fogo
que Prometeu
nos presenteou.